domingo, 13 de setembro de 2009

Cura!




Deixei o tempo se curar de mim. Acostumei a entregar meus segredos a ele como se pudesse resolve-los, segura-los e me manter longe o suficiente a ponto de não sentir nem aquela sensação gelada das memórias. Mas nem o tempo é tão generoso assim.
Deixei minha vida se curar de mim. Apostei tantas fixas em apenas um jogo, joguei tanto nas mesmas cartas que até mesmo o que mais me pertencia se cansou de mim. Eu mesma!
Deixei minhas memórias se curarem de mim. Cobrei tanto, todos os dias, todos os momentos, cada data estupidamente comemorativa, como se até o número de voltas de um ventilador fosse minha obrigação. Até me esqueci.
Deixei o seu amor se curar de mim. Vivo você como se nunca tivesse vivido. Procuro detalhes nunca encontrados, para ao menos te dizer que em algum ponto não nos conhecemos.
Deixei meu coração se curar de mim. De nós!
Não sei se me curei de tudo, mas me ficou a impressão de que tudo não passou de uma brincadeira de duas crianças que não sabem ao certo o quanto se amam. Parece-me que nem ao menos sabemos o que é amar!
E não seria apenas olhar nos olhos e dizer:
-Eu não sei viver sem você!
Deixei o tempo falar por mim, e dizer que por você é, SEMPRE, sem medidas.

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